A apresentação é obrigatória e quem não comparecer pode ser acusado por transgressão disciplinar
Convocados pelo governo do Ceará para reforçar a segurança pública, 800 dos cerca de 1.200 policiais militares da reserva se apresentaram à corporação, em Fortaleza, na manhã desta sexta-feira (18). E 150 já voltaram a patrulhar as ruas da capital do estado, alvo de ataques criminosos organizados.
O prazo para os policiais e bombeiros militares que passaram a reserva há no máximo cinco anos, e que continuam morando no estado, se apresentarem termina nesta sexta (18). A apresentação é obrigatória e quem não comparecer pode ser acusado por transgressão disciplinar. Já quem não estiver apto a trabalhar deverá apresentar laudo médico e se submeter à avaliação de uma junta médica da Polícia Militar.
Segundo a assessoria da Polícia Militar, todo o efetivo convocado vai atuar no policiamento de prédios públicos, guarda de quartel e fiscalização de policiamento, respeitando a escala de serviço e idades. Dos 150 agentes que voltaram a atuar esta manhã, 41 são oficiais e 109 praças, com idades entre 55 e 60 anos. Eles receberão entre R$ 680 e R$ 1.400, conforme a patente, além do salário da aposentadoria.
A convocação de policiais militares e bombeiros militares que estão na reserva é uma das leis sancionadas pelo governador Camilo Santana no último domingo (13) para fazer frente aos ataques criminosos iniciados em reação à nomeação do secretário de Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, e às medidas anunciadas como a não separação de presos em presídios por facção.
Desde o último dia 2, o estado vem sendo alvo de ataques criminosos organizados. Em 16 dias, bandidos explodiram a estrutura parcial de viadutos; incendiaram ônibus e caminhões de lixo; atingiram prédios públicos e agências bancárias com tiros e destruíram radares e outros equipamentos de segurança instalados em vias públicas.
A partir da próxima semana o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, deve reforçar o número de agentes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária que já vem atuando no estado. Segundo a Secretaria de Administração Prisional (Seap) de Minas Gerais, os cinco primeiros agentes mineiros devem embarcar para Fortaleza já na terça-feira (22).
O Depen informou que já solicitou aos governadores das 27 unidades da federação a cessão de agentes penitenciários para compor o grupo que atuará no Ceará, além de integrar o efetivo que permanecerá em Brasília, mobilizado para atuar emergencialmente em caso de crise no sistema prisional em qualquer localidade. Por questões de segurança, o Depen não informa o número de agentes que serão deslocados para o Ceará e para Brasília.
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